OLIVEIRA (Olea europaea)

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Pétrick Gouvêa
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Foto: SABENCIA Guillermo César Ruiz
Foto: Franz Eugen Köhler, Köhler’s Medizinal-Pflanzen

Família: Oleáceas

Nomes populares: Oliveira, Oliva, Azeitona.

Características: Árvore baixa, tronco retorcido. Possui folhas pequenas de coloração verde acinzentada, são estreitas e pontiagudas. Suas inflorecências são brancas ou amareladas e se polinizam naturalmente através do vento por ser uma planta hemafrodita. Os frutos da azeitona são verdes antes de estarem maduras e após ficam pretas ou violetas.

Habitat: Originária da Ásia menor, acha-se aclimatada nos Estados do Sul do Brasil e se adapta bem no sudeste.

Aplicação:A azeitona é um alimento excelente para os órgãos internos. Convém aos tuberculosos e aos que sofrem de outras afecções do peito. Recomenda-se também contra a asma. As pretas são preferíveis às verdes.

“Excitante alimentar poderoso”, dz o Dr. Deodato de Morais, “a azeitona faz bem ao fígado. Vários médicos receitam a água das latas de azeitonas em casos de envenenamentos. Já assistimos a uma cura prodigiosa dessa natureza em um indivíduo Intoxicado pelos venenos de uma lata de conservas. Cura também a embriaguez alcoólica”.

Em casos de congestão cerebral, recomenda-se ferver um punhado de azeitonas em um litro de água, e aplicar a água do cozimento em clister.

Ao passo que a azeitona verde é adstringente, a preta é laxativa.

O Dr. Teófilo Luna Ochoa recomenda a azeitona (não salgada) contra o raquitismo e a dispepsia. Deve, porém, ser bem mastigada.

A azeitona madura, esmagada, aplicada topicamente, tem efeito resolutivo nos abscessos.

Nas queimaduras aplica-se, com bons resultados, a polpa da azeitona amassada.

O azeite de oliva também é muito benéfico para as queimaduras. Batem-se duas colheres de azeite com uma clara de ovo e aplica-se essa mistura. Renova-se a aplicação periodicamente.

“O azeite”, diz o Dr. Raul D’Oliveira Feijão, “pode ser tomado em jejum (uma a três colheres das de sopa) como laxativo e colagogo apreciável, ou usado em clisteres evacuadores (30 a 60:1000), batido com uma gema de ovo, para emulsionar”. E recomenda-o também contra as cólicas hepáticas e contra a prisão de ventre.

Em maceração com alho, o azeite de oliva é um grande desinfetante do aparelho digestivo (uso interno) e um remédio para as dermatoses (uso externo).

O Dr. Ochoa aconselha o azeite de oliva para uso interno e externo. Afirma:

“Nos casos de úlcera gástrica, dispepsia, colite muco membranosa, intoxicações pelo chumbo, … dá resultados excelentes. Não deve, porém, usar-se nas intoxicações pelo fósforo e pelo iodo…

“Para expulsar espinhas, ossos ou qualquer outro corpo duro que fique preso na garganta, toma-se bastante azeite para provocar náuseas e vômitos.

É nas cólicas hepáticas e nos cálculos biliares que o azeite de oliva tem sido usado com grande êxito…

“Como dose média para estes casos, podem ingerir-se progressivamente de 100 até 200 gramas de azeite com suco de limão, em jejum. Começa-se com 50 gramas e vai-se aumentando a quantidade em 25 gramas cada vez que se toma, até que se chegue aos 200 gramas, e depois suspende-se por 15 dias para evitar o fastio. Este simples remédio precipitará a expulsão dos cálculos…

“Hoje se emprega (o azeite de oliva) como reconstituinte e tônico, em diversas afecções, particularmente na tuberculose.

“Na cólera dá bons resultados. pois combate magnificamente as diarreias originadas por esta enfermidade.

“Contra a estranguria e as cólicas nefríticas, dá excelentes resultados o azeite de oliva com gema de ovo e suco de limão…, tudo emulsionado…

“Como vermífugo usa-se também com bom efeito…

“É nocivo consumir o azeite em frituras ou cozimentos, e pior ainda é quando se emprega em grande quantidade…

“Contra a afonia e as Inflamações da garganta, fazem-se gargarejos com a emulsão de azeite, gema de ovo e suco de limão, bem batidos…

“Contra a hidropisia renal, são eficazes as fricções ou as com. pressas com puro azeite de oliva, quente…

“Também dá bons resultados, nas dores reumáticas, a fricção com azeite quente”.

Em caso de convalescença da escarlatina, é bom aplicar à criança fricções com azeite de oliva.

Contra a erisipela não há nada melhor do que a aplicação de compressas de uma colherada de azeite frio com duas colheradas de água, tudo bem batido. Neste caso é bom, também, misturar ao azeite um pouco de amido de batata ou uma clara de ovo.

Quando aparecem dores musculares provocadas por resfriamento, ou inchações dolorosas, friccionam-se, com azeite, as partes afetadas.

Erupções cutâneas, provenientes de impurezas sanguíneas, desaparecem com a aplicação de azeite quente.

Na otite e na otalgia aplicam-se gotas de azeite no ouvido.

O suco fresco das folhas da oliveira é excelente remédio contra a diarreia, a disenteria e a leucorreia. Dose: uma colherada.

Em caso de ferimento, esse suco age como cicatrizante. Na supuração dos ouvidos, introduzem-se diariamente três gotas.

Contra o reumatismo, a gota e a hipertensão arterial, usa-se O decocto das folhas. Dose: 30 gramas para um litro de água. Ferve-se até que a água fique reduzida para a metade. Toma-se uma ou duas xícaras por dia.

As folhas verdes, mastigadas de manhã, em jejum, são úteis na gengivite e nas inflamações da boca em geral.

O infuso das folhas e da casca do tronco tem efeitos febrífugos e vermífugos.

As cataplasmas de folhas secas, bem amassadas, em mistura com melado, combatem a sarna, a erisipela, as chagas, o antraz, e as erupções cutâneas em geral.

O infuso das folhas e da casca é bom remédio contra as feridas e chagas.

Partes usadas: Frutos, folhas e casca.

 

Referências:

BALBACH, Alfons. As frutas na medicina doméstica, São Paulo: Edições Vida Plena, 15ª edição, pp. 123-127.

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