Família: Anacardiaceae
Nomes populares: Caju, caju-da-mata.
Características: Árvore que tem variação de altura de 5 a 15 metros, com galhos longos e grande copa, suas folhas são simples e ovaladas. Suas flores são pequenas de coloração avermelhada que se encontram nas pontas dos galhos. Seus frutos são caracterizados como reniformes do tipo aquênio e também possui um pseudofruto carnoso e suculento com cores variando entre amarelo e vermelho.
Habitat: Natural da América central e do norte da América o Sul. Muito comum nas regiões nordeste do Brasil.
Aplicação: Na capital de Sergipe, Aracaju, em cujas pralas abundam os cajueiros, veem-se frequentemente pessoas doentes, crianças feridentas, mães que á não têm para amamentar, fazendo curas de caju. Os resultados são imediatos e magníficos.
“O caju”, diz o Dr. Alberto Seabra. “presta-se mais e melhor que qualquer outra fruta às chamadas curas de frutas. A Europa nos manda o seu ensino da cura do morango, da cereja, da uva, etc. Um dia virão até nós viajantes de além-mar, a frequentar as praias de Sergipe, para fazer a cura do caju. Eczematosos, reumáticos, sifilíticos, já os divisamos, nos longes do futuro, a chuparem pela manhã, na própria árvore, o seu líquido refrigerante, tônico e depurativo”.
No Sul, infelizmente, é uma fruta cara. Ninguém a planta e os cajueiros são raros.
A casca da castanha de caju encerra um óleo de cheiro forte, acre e cáustico, conhecido como cardol ou resina de caju, da qual se extrai o ácido anacárdico.
O óleo de caju, segundo o Dr. E. Magalhães, tem servido para cauterizar excrecências, avivar dartos, modificar úlceras, acalmar a dor de dente e, no tratamento da lepra, foi usado como cáustico destruidor dos lepromas.
Afirma F. C. Hoehne, Diretor do Instituto de Botânica:
“O verdadeiro fruto do caju é a mencionada castanha que encima o pedúnculo inflado e suculento que se destina a promover a dispersão da planta, pelas aves e animais mamíferos, que apanham e devoram os cajus. As sementes são altamente nutritivas, estimulantes, porque encerram, além de 9,7% de substâncias azotadas e 5,9% de amido, 47,13% de óleo amarelo finíssimo e doce, cuja densidade é de 0,916 e de natureza quase idêntica àquela do óleo das amêndoas doces: O óleo contido na casca é … mui corrosivo; contém: cardol, ácido anacárdico, e volatiliza-se, porque tem a densidade de 1,014. Suas propriedades antissépticas, vermicidas e vesicantes tornam-no útil na terapêutica. Em contato com o fogo, inflama-se bruscamente. Preconizam-no contra a lepra e as moléstias cutâneas, tais como eczema e psoríase. Sua maior virtude reside, todavia, na sua propriedade vesicante e corrosiva, que o torna antisséptico e cauterizante.
“Uma vez que as feridas estejam perfeitamente livres das carnes esponjosas, pus e coágulos sanguíneos, aplicam-lhes o decocto das folhas do cajueiro quando novas, que, graças à sua propriedade levemente adstringente e vulnerária, promove a cicatrização.
“O sumo das amêndoas frescas, aplicado sobre os calos e verrugas, promove a sua extirpação em poucos dias de tratamento continuado. Empregam-no ainda no combate às oftalmias de origem escrofulosa. Assim, não duvidamos de que possa ter utilidade como inseticida, porque os antigos já costumavam esfregar seus móveis com ele para matarem ou evitarem o caruncho”.
Partes usadas: Frutos, óleo, folhas
Referências:
BALBACH, Alfons. As frutas na medicina doméstica, São Paulo: Edições Vida Plena, 15ª edição, pp. 140-142.