Família: Musaceae
Nomes populares: Banana,
Características: Possui uma altura de 2 a 9 metros sustentada por um caule falso chamado pseudocaule fundido com suas bases e folhas e pode produzir uma única floração por caule. Após sua frutificação o pseudocale morre dando espaço a novos brotos que surgem de suas raízes. As bananeiras normalmente são estéreis não produzindo sementes, porém podem ser encontradas quando uma grande quantidade de banana é processada.
Habitat: Originária da Ásia meridional, onde se difundiu para a Áfria e a América. O ambiente para seu cultivo precisa ser rico em matéria orgânica, plano ou levemente inclinado não podendo ser sujeito a inundação e nem secos demais.
Aplicação: Diz o Dr. Teófilo Luna Ochoa: “A banana madura… encerra uma substância oleosa, que muito suavisa as membranas mucosas irritadas em casos de colite e enfermidade do reto. Contém igualmente um fermento digestivo não bem conhecido, porém de alto valor, que em determinada efermidade intestinal, a torna (a banana) o único carboidrato tolerado pela vítima, que (doutra maneira) morre de fome…
“Essa fruta é muito recomendável também contra as enfermidades renais, nefrite, hidropisia, gota, obesidade, afecções do fígado, cálculos biliares, tuberculose, escrofulose, paralisia, enfermidades do estômago, etc…
“Contra a prisão de ventre comem-se algumas bananas de manhã, em jejum…
“A banana ligeiramente assada, exalando seu aroma, come-se quente para combater as pneumonias.
“Contra as diarréias, toma-se o caldo do cozimento da banana-maçã verde… Também, contra as diarréias e disenterias, se utiliza a farinha de banana verde, como alimento, a qual se obtém submetendo à pressão a fruta descascada e cortada em pedaços, que logo se deixa secar, e já está pronta (a farinha) para o uso”.
A banana é bom remédio para enfermidades dos intestinos. Metchnikoff, há muitos anos, observou que as substâncias tóxicas resultantes da putrefação dos resíduos alimentares no intestino grosso, enquanto esperavam a sua eliminação, causaram processos degenerativos no organismo, especialmente nos vasos sanguíneos e, pelas suas observações, foi levado a chamar o coli-bacilo de “germe da velhice”.
Metchnikoff procedeu a várias experiências alimentares com animais de diferentes espécies e, em alguns casos, obteve resultados altamente apreciáveis. Observou, por exemplo, que as fezes do morcego sul-americano, comedor de frutas, quando alimentado exclusivamente com bananas maduras, tinham o cheiro característico dessa fruta e estavam inteiramente livres de indício de putrefação. Exames bacteriológicos mostraram serem praticamente estéreis.
Um estudo feito pelos Drs. Weinstein e Bogin, da Escola de Medicina da Universidade de Yale, revelou que, durante a alimentação com bananas, o bacilo acidófilo, micro-organismo anti-putrefativo, predominou em poucas semanas. Num caso por eles observado, a influência deste bacilo continuou mesmo depois de cessada a alimentação com bananas.
A dieta de bananas maduras também deu resultados dos mais benéficos em todos os casos de prisão de ventre, dentro de uma ou duas semanas. Seus efeitos, na malor parte das vezes duraram algum tempo depois que a ingestão da fruta cessou.
Um doente, portador de uma antiga colite ulcerativa, obteve ótimo resultado com a mesma alimentação.
O Dr. Lourenço Granato diz que a banana “é muito indicada nos casos da mais rigorosa prescrição da higiene alimentar dos organismos depauperados de velhos e crianças”.
Blanche Whitney Walker, em The Boston Heraid, refere o caso de uma criança salva da morte graças à alimentação à base de bananas.
“Tristeza e desolação”, diz o autor, “envolviam o pequeno lar do Sr. e Sra. Archibald J. Chislom, que residiam à Av. Monroe 3, em Malboro. A sua única filha, a pequena Barbara Ann, estava muitíssimo doente e os médicos já não lhe davam mais esperanças. Os pais, desolados, viam a criança definhar dia a dia. A pequena, depois de um ano, era a sombra da criança risonha que antes alegrava o seu lar.
“Uma desordem digestiva tinha-se desenvolvido em Barbara Ann: ela não podia assimilar alimento de espécie alguma. As tentativas do médico local e de vários especialistas foram inúteis. Os remédios mais conhecidos não lhe trouxeram resultado eficaz.
“A mãe aflita curvava-se sobre o berço, os vizinhos vinham e iam com palavras de ânimo, sem lograr aplacar o desespero dos pais. À última hora, um especialista apresentou uma sugestão. A pequena foi levada para um hospital em Boston, onde foi feita uma tentativa no sentido de encontrar uma dieta que restaurasse a saúde da criança. Diversos alimentos foram experimentados sem efeitos satisfatórios. Dias se passavam nessa busca desesperadora, até que, enfim, lhe deram como alimento ‘bananas maduras.
“Uma pequena porção de bananas maduras, foi dada à criança, e, maravilha das maravilhas, ela se deu bem com esse alimento. Bananas bem maduras foram empregadas. A porção foi sendo aumentada pouco a pouco. Para que o receio da mãe não crescesse, deixaram-na por algum tempo na ignorância de que a filhinha só conseguia reter bananas no estômago. A criança mudava de aparência e melhorava dia a dia. A intuição da mãe notava o melhoramento e ansiosamente desejava saber o acontecido, receosa de que fossem melhoras passageiras. Mui cuidadosamente se tratou do resto da dieta, sendo eliminado todo o açúcar, amido e gorduras. A banana, porém, continuava a fazer parte da sua dieta principal. Depois de seis meses de permanência no hospital, a criança foi levada para a casa em estado visível de completo restabelecimento. Ela tinha então dois anos e meio e pesava 19 libras (8,5 quilos); aumentou cinco libras nos seis meses de hospital.
“Barbara Ann nasceu no Hospital de Malboro … Era considerada uma criança normal, em perfeito estado de saúde, até aos 16 meses de idade. Pesava nessa ocasião 25 libras. Começou então a não se dar bem com os alimentos e perdia peso com alarmante rapidez. Após diversas consultas com vários médicos, ficou num hospita para observação, e, depois de todas as tentativas terem falhado, foi levada para a casa novamente, pesando então 14 libras. Durante alguns meses permaneceu no berço, enfraquecendo diariamente, até que veio a feliz lembrança do especialista que lhe salvou a vida.
“Essa “criança do milagre”, como é chamada pelos especialistas, dobrou o seu peso, vivendo mais de um ano com uma dieta de bananas. Agora, com três anos e meio, Barbara Ann pesa 40 libras. É uma criança risonha, robusta e sadia. Ela come, diariamente, três bananas amassadas e bem maduras, assim como dois ovos duros, cozidos durante 20 minutos. Barbara Ann também recebe bolinhos feitos de farinha de proteína … e leite segundo uma fórmula especial.
“Os espscialistas estão seguindo este caso com verdadeiro interesse. Declaram que se Barbara Ann continuar com essa dieta rigorosa até a idade de cinco anos, poderá comer o que ela desejar.
“*Doença celfaca’ foi o diagnóstico feito pelo médico sobre essa indisposição que é mui raramente encontrada em crianças. Trata-se de uma indigestão intestinal”.
A banana é um alimento especial em caso de anemia. Muito úteis são as curas de bananas.
“A cura de banana”, diz o Dr. Luna Ochoa, “é recomendada contra a prisão de ventre crônica, os transtornos do estômago (como aci. dez gástrica), as enfermidades do sistema nervoso, a paralisia, a po. liomielite, a insônia, as persistentes dores de cabeça, a obesidade…
“Na polpa da banana”, acrescenta o ilustre facultativo, “foi des. coberta a única cura existente para as perigosas enfermidades celiacas, que tantas vidas vêm custando às crianças. É que a banana contém aquela maravilhosa enzima digestiva que já mencionamos”.
A seiva da bananeira também encerra ricas propriedades medicinais.
Ensina o Dr. Leo Manfred: “Para a cura da asma, emprega-se em Cuba a muda da bananeira-maçã, quando não tem mais de um pé (30 cm) de altura. Assa-se com raiz e tudo. Emprega-se o suco, adoça-se com mel de abelhas, e toma-se diariamente um cálice…
“Para combater a icterícia, emprega-se, também em Cuba, a seiva tirada do tronco da bananeira-maçã. A altura de uns três pés (aproximadamente 1 metro), faz-se um corte e abre-se uma cavidade capaz de conter um frasco, que ali se introduz para se recolher cheio no dia seguinte. Deste líquido, assim obtido, o doente de icterícia deve tomar, no fim do dia, uns três goles, durante três dias. Afirma-se que é um santo remédio… A seiva da bananeira é frequentemente usada como detergente na cura de úlceras de mau aspecto. Aplica-se topicamente com estopa (limpa) ou algodão (hidrófilo) bem embebido no mesmo”.
A seiva do tronco da bananeira tem sido preconizada para prevenir tuberculose.
“Esta seiva”, diz o Dr. Luna Ochoa, “toma-se na quantidade de uma colherada, três vezes ao dia, com um pouco de leite … ou qualquer chá de erva peitoral, preparado por infusão aromática e adoçado com mel de abelhas, contra a tuberculose pulmonar”.
No México, um médico apregoa com as seguintes palavras o valor medicinal da bananeira:
“Uma das maravilhas da nossa flora foi chamada para operar uma revolução no mundo da Medicina, em vista do descobrimento das propriedades curativas contidas no tronco da bananeira. Trata-se nada menos que de um antídoto contra a peste branca, a tuberculose pulmonar, que dizima a humanidade…
“Algumas experiências realizadas pelo Dr. Monteiro da Silva, do Brasil, … nos revelam os resultados admiráveis colhidos junto a um regular número de tuberculosos… Refere o ilustre facultativo que as curas radicais alcançadas na tuberculose de segundo grau atingem uma média de 70%.
“Da minha parte, entusiasmado com os muito bons resultados obtidos dos meus estudos sobre o assunto, … não tenho medido esforços em continuar com as minhas experiências, que, até hoje, tenho visto coroados dos mais lisonjeiros êxitos…
“Há não muito tempo, examinei uma enferma. … Tossia muito. A expectoração era abundante. Suores noturnos, febre e perda progressiva de peso. Considerável número de médicos haviam tratado dela, recorrendo a todos os meios aconselhados pela Ciência, sem que qualquer deles tivesse dado resultados favoráveis. De comum acordo, os referidos médicos convieram em que se tratava de um caso perdido, e resolveram aconselhá-la a regressar ao seio de sua família, talvez com o propósito de lhe tornar menos penosa a morte.
“Nessas condições, tratei de atendê-la, pois vi uma oportunidade para comprovar novamente a eficácia da seiva da bananeira.
“Por compressão, obtive de um pedaço de tronco certa quantidade de líquido, que filtrei e dei à enferma na dose de um cálice, cinco vezes ao dia.
“Pois bem. Com este último tratamento, a exemplo de muitos outros enfermos tratados pelo mesmo processo, ela Se curou radicalmente… .
“De vez que esse meio é tão simples, barato e nada perigoso, creio que tanto os infelizes atacados de tuberculose como os próprios médicos deveriam fazer estudos e experiências, como eu os fiz, e chegariam à convicção de que o suco da bananeira possui qualidades maravilhosas, cabendo-lhe de fato a tarefa de exterminar o bacilo de Koch”.
A própria casca da banana tem aplicação em caso de machucaduras.
“Recentemente, quando de férias”, diz o Dr. Eric F. W. Powell, “escorreguei nas pedras e esfolei seriamente a perna e a munheca. Por acaso eu tinha uma banana comigo, e coloquei a parte interna da casca, atando-a, diretamente em contato com as feridas, e continuei andando. Quando cheguei ao hotel, algumas horas depois, notei que as partes machucadas estavam limpas e sadias. Não houve inflamação e o processo de cura foi o mais rápido que já experimentei. Posso, com confiança, falar da banana como tendo aplicação externa nos casos de inflamações, queimaduras, escaldaduras, inchações, feridas simples, chagas e neuralgia. Basta usar casca fresca, sadia, e aplicar a superfície interna à parte afetada. Ata-se na posição devida, mas não se aperta, e renova-se cada duas ou três horas”.
A seiva da bananeira, graças aos seus efeitos adstringentes, cura a diarréia.
Essa mesma seiva, diluída em água, traz magníficos resultados contra a nefrite.
Em compressas, a seiva é topicamente aplicada para combater as hemorróidas.
Partes usadas: Seiva, frutos, cascas frescas, coração da bananeira.
Referências:
BALBACH, Alfons. As frutas na medicina doméstica, São Paulo: Edições Vida Plena, 15ª edição, pp. 129-136.