Família: Cactáceas.
Nomes populares: Flor-do-baile, flor-cheirosa, cactus-de-flor-grande, rainha-da-noite.
Características: “É a linda flor, vulgarmente conhecida por flor-do-baile, de caule trepador, com três ângulos, de grandes flores, com as divisões externas amarelas e as internas brancas, com um aroma suavíssimo, de baunilha, abrindo-se à noite e fechando-se pela madrugada. Cresce pelos muros, agarrando-se pela raiz. Há variedades de cactus, por isso, cumpre ter cuidado para evitar confusões.” — Dicionário Brasileiro de Plantas Medicinais, pág. 45.
Aplicação: O cactus-de-flor-grande é um bom remédio para os males do coração. Tem efeito análogo ao da digital, sendo, por isso, usado como sucedâneo desta planta.
“O rasgo característico do cactus é o de dirigir a sua ação sobre o coração e os vasos sanguíneos, dissipando suas congestões e anulando suas irritações, sem debilitar o sistema nervoso…
“Nas afecções do coração, o Cactus grandiflorus supera em ação ao Aconitum napellus, substituindo-o vantajosamente.
“Este medicamento é utilíssimo em todas as ações exageradas do coração, principalmente pelas palpitações nervosas até às causadas pela cardite ou inflamação do coração em causas agudas; em os pro
cedimentos hipertróficos e nas lesões valvulares gravíssimas do coração…
“Também aproveita nos resfriamentos, com supressão de suor, na bronquite crônica com ruído de mucosidade, e quando os sintomas bronquiais são devidos à sobre-excitação do coração. Com o seu uso se consegue um alívio rápido e permanente, quando a desordem funcional do coração é simplesmente nervosa.
“O Cactus grandiflorus desenvolve uma ação mais ou menos aproveitável e de bons resultados nas febres catarrais, febre reumatismal simples, inflamatórias, e gástricas; congestões cerebrais; cefalalgia por congestão sanguínea ou reumatismal; dor pulsativa e gravitante na cabeça; dor de repuxamento no vértice; apoplexia sanguínea; epistaxe abundante; coriza seca ou fluente, oftalmia aguda; olhos salientes; otite reumatismal; reumatismo do peito e com inchação dolorosa das partes, estenocardite e hipertrofia do coração; hepatização pulmonar; “asma por congestão; opressão crônica da respiração; tosse catarral com apiamento asmático; constipação com hemorróidas, também fluentes; menstruação dolorosa, abundante ou demasiado frequente; paralisia da bexiga, caracterizada pelo fluxo de mucosidades espessas; dartros crustosos, secos, nos maléolos e nos cotovelos.” — Notas Sobre Plantas Brasileiras, pág. 55.
“O Dr. R. W. Wilcox recomenda vivamente o extrato fluído de Cactus grandiflorus contra algumas afecções cardíacas, sobretudo contra o enfraquecimento da energia cardíaca, por causa das lesões valvulares não compensadas, contra a degenerescência do músculo cardíaco e contra as perturbações cardíacas decorrentes de excessos alcoólicos e abusos do chá, do café e do fumo, e, enfim, nos casos de aniquilamento do pulso, resultante da excitação do pneumogástrico.” — Nouveaux Remèdes.
Parte usada: Caule, por decocção.
Dose: 10 a 15 gramas em 1 litro de água. Bebe-se uma xícara do chá quando se é incomodado pela dor.
Referências:
BALBACH, Alfons. A flora nacional na medicina doméstica, vol.2. São Paulo: Edições Vida Plena, 11ª edição, pp. 630-632.