ANGELICÓ (Aristolochia cymbifera)

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Pétrick Gouvêa
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ANGELICÓ, Aristolochia cymbifera (Foto: Wikimedia commons)
Folhas do Angelicó. Foto: Wikimedia commons

Família: Aristoloquiáceas.

Nomes populares: Jarrinha, mil-homens, papo-de-peru, mata-porco, capa-homem, calunga, patinho, caçaú, cipó-mata-cobras, urubu-caá.

Características: Há perto de 50 espécies de aristolóquias. Afirma-se que todas têm as mesmas propriedades medicinais. “As aristolóquias são geralmente plantas escalantes (trepadeiras ou cipós), com troncos em muitos casos lignificados, raras vezes herbáceas e, então, dotadas de um tronco subterrâneo mais ou menos desenvolvido. ” — João S. Decker, Aspectos Biológicos da Flora Brasileira, pág. 24.

Aplicação: Emprega-se como antisséptico, diaforético, estomacal, esurino, sedativo (nos casos de histeria, convulsões, epilepsia e cistite). É empregado com êxito contra a falta de apetite.

Usa-se no tratamento da falta de menstruação, para provocar O aparecimento das regras. É aplicado com êxito surpreendente em casos de clorose.

Aplica-se com magníficos resultados contra os males do estômago em geral, prisão de ventre, gastralgia (dor de estômago), indigestão, diarréia, etc.

Usa-se também para combater as febres intermitentes da malária.

Externamente, em banhos de assento, emprega-se com bons resultados, para desinflamar os testículos, em caso de orquite.

“Acreditou-se sempre e continua-se acreditando em todo o interior, que o extrato etéreo, como as alcoolaturas e os próprios decoctos das raízes e do caule destas plantas são antiofídicos… admitimos a possibilidade de que o extrato fresco e ainda vivo, de raízes e caules destas plantas, poderá realizar curas, como antiofídico…

“Muitíssimas são as aristolóquias que já figuram nas farmacopeias oficiais e que são receitadas de quando em quando pelos médicos mais inclinados para a fitoterapia. Elas atuam mui beneficamente sobre

a mucosa estomacal e sobre os gânglios internos que facilitam a digestão e assimilação dos alimentos que ingerimos. E esses seus efeitos mostram-se de modo apreciável quando se usa o extrato conforme referido. Em álcool, muitas vezes, os resultados são prejudiciais graças ao efeito desse. Os rins, o fígado, o baço e mesmo o coração, são estimulados por estas plantas. Muitas pessoas as prescrevem como depurativas, como diuréticas, vulnerárias, anti-reumáticas, antifebris, emenagogas, etc.

“Esta última recomendação nos deve interessar aqui mais especialmente, porque nos aponta o motivo por que foram chamadas “aristolóquias”, isto é, ‘bom-parto’ ou ‘facilitadoras-dos-lóquios”, conforme as conheciam os antigos gregos e os egípcios. ” — F. C. Hoehne, Plantas e Substâncias Vegetais Tóxicas e Medicinais, pág. 106.

Uma advertência torna-se, entretanto, necessária: Em doses excessivas as aristolóquias são tóxicas. As mulheres grávidas não devem usar esta planta, pois pode provocar aborto. Efetivamente, acredita-se que muitos dos preparados que se usam para acarretar este criminoso resultado, tenham por base o extrato de raízes ou sementes de aristolóquias.

Parte usada: Raiz, em decocção.

Dose: 10 a 15 gramas para um litro de água fervendo. Tomam-se não mais de duas a três xícaras de chá por dia. Em doses mais elevas das produz náuseas, dejeções, perturbações cerebrais.

Externamente, emprega-se a casca, em pó, nas úlceras crônicas e no lupo.

O cozimento da raiz (25-50:1000) usa-se contra as úlceras, a sarna e as orquites.

Referências:

BALBACH, Alfons. A flora nacional na medicina doméstica, vol.2. São Paulo: Edições Vida Plena, 11ª edição, p. 458.

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